(matéria publicada originalmente no jornal Folha de Sabará,
edição 762)
edição 762)
A Sociedade Recreativa Colibri do Campo trará ao carnaval sabarense, neste ano, uma história de guerra e paz. Trata-se da lenda das tribos Jaci e Guaraci, Carnaíba e Aruquê. O samba enredo 2011 se torna atual por contar uma história de dualidades, e rivalidades: As tribos cultuavam deuses diferentes, e guerras motivadas pelas divergências de crença e costumes marcaram com sangue a história dos índios, até que, guiados pela tribo Tupi, as tribos inimigas deixaram as rivalidades de lado para então realizar uma grande festa de paz.A própria Colibri trás consigo uma história de morte e renascimento. Criada em 1987, no Campo Santo Antônio, a escola desfilou duas vezes, para então interromper suas atividades por 17 anos. Em 2008, a paixão pelo carnaval levou Cássio Batista Gomes, presidente carnavalesco do Colibri pelo terceiro ano consecutivo, a reunir um grupo de amigos e abraçar o desafio de colocar a escola em funcionamento novamente. Com o passar do tempo, o desafio mostrou ser uma batalha enorme: faltavam documentos e registros necessários. “Procuramos a antiga diretoria e eles não tinham documentos, registros de atas, CNPJ... Corremos atrás de tudo”, conta o presidente. Os foliões lutaram para reerguer a Colibri, passando por situações complicadas e suando a camisa para colocar a escola nas ruas outra vez. “Pensei muitas vezes em largar tudo, é muito sacrificante, mas por carinho à escola continuei até conseguir”, conta Cássio.
“Minha casa, e a de alguns outros membros da Colibri, na época de produção do material para os desfiles, vira um barracão. Abro minha casa, cedo o espaço, meu tempo... é o trabalho de uma vida”, declara. Cássio conta que, além de fazer bonito no carnaval, a Colibri se preocupa em manter em dia a prestação de contas com a prefeitura, que cede uma verba às escolas de samba. “Passo o ano inteirinho cuidando dos assuntos da escola. É dedicação e carinho pela escola que me movem.”
“Minha casa, e a de alguns outros membros da Colibri, na época de produção do material para os desfiles, vira um barracão. Abro minha casa, cedo o espaço, meu tempo... é o trabalho de uma vida”, declara. Cássio conta que, além de fazer bonito no carnaval, a Colibri se preocupa em manter em dia a prestação de contas com a prefeitura, que cede uma verba às escolas de samba. “Passo o ano inteirinho cuidando dos assuntos da escola. É dedicação e carinho pela escola que me movem.”
O presidente, que guia a escola de peito aberto durante todo o ano, conta que todo o esforço e sacrifício se fazem valer. “Todo ano choro. Na hora em que vejo a escola na rua, que o povo começa a cantar o samba, a bateria tocando... Isto me preenche, é muito gratificante. É muito satisfatório ver nosso trabalho sendo aplaudido pelo povo nas ruas.”
A S. R. Colibri do Campo promete impressionar os foliões no desfile deste ano, e convida todos os sabarenses à prestigiar a apresentação. No sábado, será a primeira escola a se apresentar, às 20h. Na segunda-feira, será a terceira, às 22h. “Esperamos superar os anos anteriores, e vamos nos preparar para fazer melhor ainda em 2012” finaliza Cássio, com a empolgação de mostrar à comunidade o esforço de todo um ano.
Samba enredo 2011 - S. R. Colibri do Campo
Guaraci, Jaci e Rudá, os espíritos da Floresta!
Autora: Tânia Mara
A Colibri vai contemplar,
Lua Poré e Sol Purá,
Tupi fez se reencontrar,
Os Deuses e o amor Rudá.
Os Carnaíbas e os Aruquês,
Eram tribos inimigas,
Cada uma tinha o seu Deus,
A quem cultuava em devoção,
Os Carnaíbas cultuavam o sol,
Que em sua crença era o deus Purá,
E os Aruques adorara um deus,
Também chamado de lua Poré.
E hoje a Colibri do Campo,
Nos ensina a lição,
Cada um de nós tem um índio,
Que se esconde na nossa emoção,
Traga logo o seu pra avenida meu bem,
Deixa apitar a voz do seu coração!
Depois de tantas guerras,
Entre as tribos rivais,
Alegrando a Colibri,
Guaraci e Jaci hoje trazem a paz.
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