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Moradias localizadas à beira do rio correm o risco de serem destruídas pela correnteza |
No centro comercial do bairro General Carneiro, cerca de 20 famílias vivem à margem de um pesadelo. O rio, que antes cumpria seu percurso natural e não ameaçava as residências, mudou a vida dos moradores após uma obra de canalização em Belo Horizonte.
A área representa mais do que moradia para as famílias que lá residem. É lá também que estas pessoas têm seu ganha pão. O comércio, junto com as casas, corre o risco de se desfazer correnteza abaixo.
Segundo Dante Júnior, que vive em uma das casas ameaçadas pelo volume do rio, os moradores da área entraram em contato com a prefeitura de Belo Horizonte quando a obra que faria a canalização do rio Arruda foi iniciada na capital. Como resposta, veio a afirmação de que esta abrangeria também Sabará. Porém, na prática, ela foi realizada apenas até a divisa das cidades. “A correnteza do rio vem muito intensa para cá depois que a canalização foi feita”, afirma o morador.
A obra que, na teoria, seria benéfica para todos, acabou se tornando uma dor de cabeça para uma parcela da população de General Carneiro. O rio alterou seu curso e já tomou grande parte do terreno da área. Dante conta que o rio já levou extensões de terra com várias árvores frutíferas. “O nosso medo é que ele leve, agora, as construções, que são antigas, que foram feitas quando este espaço não era considerado área de risco. Não há mais terra para resistir, para segurar o rio. Por isso, há urgência em construir um gabião, para impedir que a terra ceda ou enfraqueça a estrutura das casas.”
Dante conta que a empresa FCA (Ferrovia Centro Atlântida) desenvolveu um projeto de contenção em apenas um lado do rio, onde havia a rede ferroviária. Segundo o morador, o projeto não abrangerá a outra margem do rio e prejudicará ainda mais a área de risco, atualmente.
Segundo o Sr. Nizio Rocha, morador antigo da região, ele nunca viu o Rio Arrudas chegar tão perto das casas como agora,e espera que este problema se resolva o mais rápido possível para que os moradores não percam seus lares, como tem acontecido no Rio de Janeiro e São Paulo.
Os moradores dessa área entraram em contato com a prefeitura de Sabará e conseguiram com que fosse feito um estudo do local e topografia. O deputado Wander Borges, que assumiu recentemente a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, se reuniu com os moradores no local no dia 30 de dezembro de 2010 e já conseguiu a liberação do projeto de contenção, que está sendo elaborado por uma empresa especializada. Estiveram presentes também, na reunião, os Vereadores Waltair Rodrigues e Gilson do Araújo.
De acordo com o deputado Wander Borges, após a conclusão do projeto a Prefeitura entrará em contato com os moradores e nova reunião será agendada, para definir os novos passos a serem seguidos.
Por enquanto, resta aos moradores lidar com a sensação de vulnerabilidade a cada chuva. Dante, que mora com seu pai, esposa e filho, teme que a demora em uma ação definitiva, como a construção de um gabião, possa representar perdas mais significativas.
Wander Borges afirma que o ideal é que seja feita uma obra semelhante àquela que a Prefeitura está realizando às margens do Rio Sabará, mas tudo dependerá do custo. |
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