(Publicado originalmente na edição 757 do Jornal Folha de Sabará. http://www.folhadesabara.com.br) Dia 1º de dezembro: a data, estabelecida em 1987 e lembrada pelo Ministério da Saúde a partir de 1988, é uma maneira de mobilizar Organizações Não Governamentais, órgãos públicos e privados na luta contra a AIDS, além de despertar a sociedade para a necessidade de prevenção e combate. Com o tema “Somos Iguais. Preconceito Não”, a campanha nacional do Ministério da Saúde, este ano, focaliza a conscientização de homens e mulheres, com idade entre 14 e 24 anos, diante do preconceito. A proposta visa também mostrar a proximidade da doença com o universo jovem, além de buscar combater o estigma e a discriminação, e dar visibilidade e condição de viver com HIV/AIDS. A Prefeitura de Sabará marcou a data com a realização de diversas ações voltadas para o combate à discriminação e ao preconceito. Houve distribuição de materiais informativos, além de esclarecimentos de dúvidas, por uma equipe do Programa Municipal de DST/HIV/AIDS, que esteve a postos para desmitificar as formas de transmissão do vírus. O SAE Sabará Em Sabará, uma equipe especializada formada por médico infectologista, psicóloga e assistente social constitui o Serviço de Assistência Especializada - SAE, que atende os portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e AIDS. O serviço é gratuito, inteiramente sigiloso e não há necessidade de agendar consulta prévia. O atendimento é realizado no CEMAE, que fica na Rua Francisco de Assis Pereira, nº 191, Centro (Informações: 3671-5462). O preservativo masculino e o feminino são distribuídos, gratuitamente, em toda a rede pública de saúde e em algumas escolas parceiras do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. Em Sabará, a distribuição gratuita é feita por todos os Postos de Saúde. |
domingo, 19 de dezembro de 2010
Sabará na luta contra a AIDS
Governador Distrital visita o Rotary Club de Sabará
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No último dia 18, José Luiz Scaglioni Filho, governador do distrito 4520 do Rotary Club, e sua esposa, Iris Ribeiro de Lacerda Scaglioni, visitaram os rotarianos de Sabará. A vinda foi comemorada com festividade no Clube Cravo Vermelho, onde rotarianos e convidados se reuniram. O Rotary Club é uma Organização Não Governamental (ONG), presente em, aproximadamente, 250 países, que realiza projetos sociais e humanitários, propagando a ideia de que é necessário “dar de si antes de pensar em si.” Segundo o governador distrital, o Rotary é constituído por pessoas da comunidade que se colocam a disposição do social, defendendo a bandeira de “fortalecer comunidades e unir continentes”. São 33.869 clubes no mundo, e 2.343 no Brasil. O Distrito 4520 reúne 30 cidades de Minas Gerais, com 47 clubes. O governador distrital José Luiz Scaglioni Filho ingressou no Rotary Club no ano de 2000, na cidade de Itabira, onde também atua como pediatra em clínica própria e voluntariamente na Associação de Proteção à Infância Nosso Lar Itabira. “O Rotary é uma ONG de grande importância para as comunidades em todo o mundo,” afirma. “O Rotary se dedica a produzir projetos de educação, assistenciais e de preservação do meio ambiente nas comunidades através do globo”, declara o governador do distrito 4520. Segundo ele, a principal bandeira do Rotary a nível mundial é a erradicação da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. “Desde 1985, o Rotary tem lutado para acabar com a paralisia infantil no mundo. Já vacinamos, aproximadamente, dois bilhões de crianças através do globo”. Em sua vinda a Sabará, o governador do distrito 4520 conheceu projetos realizados pelo Rotary Club de Sabará. “O Rotary Sabará é antigo, tradicional, e as pessoas se dedicam muito. Eles fazem bons trabalhos na comunidade. Apóiam o projeto Vita Vida, que fornece 36.000 refeições mensais à creche Lar de Maria, ao Grupo das Samaritanas, à Santa Casa de Misericórdia e ao Lar dos Idosos José Verçosa, entre outros. Realizam também a Noite Italiana, que é muito importante para a fundação rotária, que coleta fundos para as ações rotarianas.” O governador indicado para suceder a gestão do Distrito 4520 nos anos de 2012/13 é o rotariano Agassis Martins Jr., que pertence ao Rotary Club de Sabará. Agassis foi presidente do Clube em três gestões, além de exercer as funções de Diretor da Comissão de Eventos e Oficial de Intercâmbio. O presidente do Rotary Club Sabará, Emerson Martins Sepúlveda, se diz muito satisfeito com a visita. “A família rotariana sabarense se sente honrada e agradece a visita do governador José Luiz Scaglioni e esposa Íris aos projetos realizados pelo Rotary Sabará.” | |||||||||
Criança sabarense com doença rara precisa de ajuda
(Publicado originalmente na edição 757 do Jornal Folha de Sabará. http://www.folhadesabara.com.br/#) | |||||||||
Com o intuito de comover e despertar a solidariedade da comunidade sabarense, o jornal Folha de Sabará conta a história de Tyson Júnior da Silva, de nove anos, que foi diagnosticado como portador da adrenoleucodistrofia (ALD, ou ADL). A doença foi retratada no filme Óleo de Lourenzo, que conta a história real de Lourenzo Odone, também acometido pela doença. A ALD é uma doença neurológica degenerativa raríssima que compromete irreversivelmente as funções. Estima-se que a incidência de ALD no mundo seja de um para cada 17 mil nascimentos, sendo mais frequente e com maior gravidade em meninos a partir dos três anos de idade. Tyson era uma criança saudável, ativa e muito interessada. “Eu ficava impressionada com a inteligência dele, e a dedicação com os estudos. Ele chegava da escola e corria para fazer o dever, cobrava minha ajuda,” afirma Simone Aparecida da Silva, mãe do menino. De fevereiro até dezembro deste ano a criança sadia perdeu a visão, parou de andar e falar. Os primeiros sintomas da doença apareceram na metade do ano de 2009. Tyson se queixava com a mãe de não conseguir enxergar o quadro. A avó de Tyson, Dona Helena, o levou para fazer exames de vista, que não indicaram nenhum problema. Simone levou Tyson à Policlínica de Sabará, após observar que o filho estava com muita dificuldade de locomoção. “Ele caía muito, e começou a mudar o andar, arrastando uma perna, caminhando torto mesmo. Um dia cheguei do trabalho e ele estava deitado, com um corte muito profundo no joelho. Então resolvi levá-lo ao médico para descobrir o que estava acontecendo com meu menino”, diz. A primeira suspeita do médico foi de que o problema era neurológico. O próximo passo dado por Simone foi levar seu filho ao Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte. A pediatra que examinou Tyson determinou sua semi internação. “Ele foi internado no dia 12 de fevereiro. Não me esqueço,” relembra Simone. A neurologista detectou, após realização de tomografias e outros exames, uma mancha na cabeça. Foi feita uma ressonância, que diagnosticou a adrenoleucodistropia. “É uma doença silenciosa,” diz Simone. Embora os sintomas tenham se manifestado em tão pouco tempo, a lesão no cérebro de Tyson já se encontrava em estágio avançado. “A única cura é o transplante de medula, mas tem que ser feito antes da doença se manifestar, que não é o caso dele”, declara. Em março deste ano, um mês após o diagnóstico definitivo, Tyson começou a engatinhar, sem ter força para andar. “Mesmo com a fraqueza, ele ia segurando nas paredes, caminhando com dificuldade, e quando a gente assustava ele estava na casa da avó”, lembra a mãe, sorrindo. Após engasgar ao tomar refrigerante, em junho deste ano, Tyson teve uma convulsão. Depois dela, não voltou a falar. Foi a partir daí que ele passou a receber alimento através de uma sonda gastro. Há cerca de um mês, ele parou de enxergar. A casa de Simone ainda está sendo construída, e até pouco tempo não tinha banheiro. A poeira, com a falta de reboco, só prejudicaria a situação de Tyson, que exige todo cuidado. Por causa disso, Simone passou a morar na casa de sua sogra, onde hoje vivem ela, seu marido, sua filha mais velha e Tyson. Simone lida com a delicada situação com força e perseverança surpreendentes. Deixa a casa, que fica em uma rua de difícil acesso, esburacada e sem asfaltamento, sempre limpa, e cuida para manter tudo muito asseado. “Tem que ter o máximo de cuidado”, diz. As necessidades de Tyson não são poucas. Seus alimentos só podem ser feitos em óleo de coco ou de açafrão. A dieta de Tyson é composta por alimentos diet ou light. Farinha láctea, leite desnatado, carne moída, verduras, legumes são preparados com carinho por Simone, que deixou o emprego para dedicar-se a cuidar do filho. Além da alimentação, Tyson tem uma lista de medicamentos caros dentre suas necessidades diárias, como o Cloridrato de Tramadol, Nelepitil, e Predinisona. Swellen Souza Mendes tomou conhecimento do caso através da igreja Santuário Santo Antônio. Ela tem arrecadado doações a partir de correntes de email, que já levaram o caso para pessoas de outras cidades, que passaram a oferecer ajuda. O problema, segundo Swellen, é que há dias em que Tyson recebe muitas doações, e outros dias em que não recebe nenhuma. “Ele precisa de muitas coisas, e em grande quantidade,” afirma. Atualmente, Tyson faz tratamento no Hospital Infantil João Paulo II e Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte. O transporte dele para as consultas tem sido feito pelo casal Beth e Antenor, que mora no bairro Santa Inês, e que acompanha seu estado de saúde desde que conheceu o caso. O único contato do menino Tyson com o mundo é a audição. “Ele entende o que a gente fala com ele, quando brincamos ele ri, entende a nossa fala.” E é para manter contato com Tyson que Simone quer utilizar o Óleo de Lourenzo no tratamento do filho. “A médica que trata a doença dele disse que, no seu caso, o óleo pode não fazer tanto efeito. O Óleo não cura a ALD, mas retarda a doença.” O Clube do Saci também se solidarizou. Deu a cadeira de rodas para Tyson, e ajuda com remédios. O prefeito William Borges visitou Tyson no final de novembro, e se dispôs, segundo Simone, a fornecer todo mês a quantidade de seringas, garrafinhas de dieta e equipamento descartável da qual Tyson necessita. Você pode ajudar Tyson doando quantias em dinheiro, fraldas geriátricas tamanho M, lenços umedecidos, seringas de 20, 30 e 60ml, óleo de coco ou de açafrão, frutas, verduras, legumes, gase, além dos remédios citados na matéria. A entrega das doações pode ser feita na casa de Tyson, na Rua São Roque, nº 84 (Roça Grande), ou na secretaria do Santuário Santo Antônio (na “Praça da Igreja”, em Roça Grande) Entre em contato pelos telefones 3671-1435 e 3674-5996. | |||||||||
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Inaugurada a primeira Academia ao Ar Livre de Sabará
![]() O projeto “Mais Saúde” conta também com o apoio da Drogaria da Vovó, que envia mensalmente o enfermeiro André Pimenta. O enfermeiro realiza aferição de pressão arterial e glicemia capilar, além de orientar os idosos com relação a sua saúde. A Academia funciona na quadra da Associação do bairro Morada da Serra, de segunda a quinta-feira, no horário de 7h30min às 10 h e das 17h às 21h, e aos sábados e domingos de 7h30min às 10h. A participação na Academia ao Ar Livre é gratuita, e as inscrições são feitas pelos telefones 9287-3474 e 3671-5150. (originalmente publicada no Jornal Folha de Sabará, no dia 01 de outubro de 2010/Edição 751) |
Rumo aos 100
Aos 99 anos, o sabarense Hermano Ramos tem muita história para contar

Hermano casou-se aos 25 anos, com Maria Raimunda do Nascimento Ramos. A esposa faleceu em 1991, aos 77 anos, deixando-o sob os cuidados dos filhos. Com 92 anos, seu Hermano namorou Dona Augusta, uma senhora sabarense dez anos mais jovem. O relacionamento durou seis anos, mas a amizade perdurou, numa relação de carinho e consideração que foi até homenageada no programa global “Fantástico” em 2004, no quadro apresentado por Regina Casé.
A tarefa mais estimada por Hermano nada tinha em comum com campos de futebol ou quaisquer ocupações anteriores. Apaixonado por música desde muito jovem, Hermano aprendeu com Seu Juca “Ferrugem” a arte de tocar saxofone, aos 19 anos. Ele conta que a paixão pela música é uma herança: seu pai, Francisco de Paula Rocha, o “Chico de Rita”, tocava prato na Sociedade Musical Santa Cecília. A Sociedade Musical também foi o destino de seu Hermano, que tocou saxofone na banda Santa Cecília por 67 anos, com um pique invejado por muitos.
Na Santa Cecília ele fez grandes amigos, alguns deles vivos até hoje, e encontrou na banda uma fonte de energia e vitalidade que o guiou por uma vida ativa até os 94 anos. A tontura constante e a boca seca levaram seu Hermano a se despedir da Sociedade Musical Santa Cecília e de seu instrumento de sopro favorito, mas ele mantém vivos na memória seus tempos de saxofonista, quando se divertia se apresentando junto à banda em bailes e encontros musicais. Dançarino nato, ele não perdia uma festa no Cravo Vermelho ou no Mundo Velho, clubes dos quais é sócio. Resquícios de uma juventude festeira e bem aproveitada: Hermano participava das comemorações católicas, saía fantasiado no carnaval e até hoje se lembra muito bem a qual bloco pertencia: “Eu era Moralistas do Samba”, afirma orgulhoso.
No dia 20 de outubro, Hermano será o mais novo cidadão centenário do Brasil. Tido pelos filhos como um homem honrado, direito, um exemplo de pai e de homem, seu Hermano é um dos idosos que conta com o apoio e cuidado da família, essenciais na vida de quem já passou por uma jornada árdua de mais de meio século de vida.
Com 7 filhos, 23 netos, 6 bisnetos e 1 tataraneto, seu Hermano, hoje em dia, gosta de curtir o sossego de sua casa, que divide com a filha Maria da Conceição Ramos. O segredo de uma vida tão longa? “Muito trabalho”, declara.
(esta matéria foi originalmente publicada no Jornal Folha de Sabará, no dia 01 de outubro de 2010) |
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O Desatino da rapaziada
Abril/2010
Resenha - O Desatino da rapaziada, de Humberto Werneck
Uma viagem no tempo. Assim pode-se tentar definir o efeito da obra do jornalista e escritor Humberto Werneck sobre o leitor. O Desatino da Rapaziada envereda-se em uma Belo Horizonte de poetas apaixonados pela escrita, jovens amantes de literatura, e abarca gerações diversas de escritores que se desenvolveram ao redor de jornais e revistas.
O autor evoca nomes como Djalma Andrade, Afonso Pena Júnior, Honório Armond, Milton Amado, Fernando Sabino, Rosário Fusco, Otto Lara Resende e Guilhermino César e relembra cenários de inegável importância para o desenvolvimento das “mentes literárias” que fizeram história e que serviram de inspiração para a mutação da imprensa mineira, num cenário em que jornais nasciam e morriam prematuramente.
Humberto Werneck nos leva a uma década vivida com paixão pelos então iniciantes poetas e jornalistas Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura, Pedro Nava, entre outros, em uma Belo Horizonte que conhecera outrora os Cavaleiros do Luar e os Jardineiros do Ideal, e que na década de vinte se deparou com o Grupo do Estrela, que tinha como figura central os jovens Drummond, Emílio Moura, Milton Campos e Alberto Campos, os “rapazes desatinados” que “brincavam de modernismo”, e que nos arredores da rua da Bahia traçavam os novos caminhos do jornalismo em Belo Horizonte.
Nem só de letras vive o homem, e não foi diferente no caso de célebres poetas mineiros, como nos conta Werneck. Brincadeiras adolescentes, como o incêndio iniciado por Drummond e Pedro Nava na casa das moças Vivacqua, com o intuito de criar uma situação que tornaria possível ver as moças de camisola, ou o lendário alpinismo urbano de Drummond no Viaduto Santa Tereza, feito que motivou gerações, que copiaram o ato décadas depois, são alguns dos mitos trazidos à tona no livro que mostram a face malandra e o frescor adolescente que pairava sobre as redações dos jornais belo-horizontinos.
Das transformações do jornal Diário de Minas ao nascimento do Estado de Minas, de transformações políticas à deboches da mocidade jornalista, O Desatino da Rapaziada é obra rica em referências literárias e jornalísticas, uma crônica sobre gerações de “desatinados”, portanto essencial à todo bom jornalista e amante da literatura mineiro.
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